Ano VII

Plano de Fuga

segunda-feira set 3, 2012

Plano de Fuga (Get the Gringo, 2012), de Adrian Grunberg

Mel Gibson não se faz presente no elenco de Os Mercenários 2 (atualmente em cartaz no circuito), mas seus velhos entusiastas não tem o que temer. O último filme de Gibson acaba de chegar às locadoras depois de uma rápida passagem nos cinemas brasileiros. Polêmicas sobre antissemitismo à parte, ele até conseguiu reverter um pouco o problema de imagem com o relativo sucesso do (bom) O Fim da Escuridão (Martin Campbell, 2010), porém com o fracasso do drama Um Novo Despertar (Jodie Foster, 2011), o destino de Plano de Fuga foi ser lançado diretamente no mercado de vídeo americano após ficar mofando na prateleira.

Neste novo longa, o envelhecido astro retorna com o filme que se esperaria dele, encarnando o mesmo tipo de personagem visto antes em O Troco (Brian Helgeland, 1999). Seguindo na trilha dos protagonistas sem nome, em Plano de Fuga, Gibson é o assaltante que após assaltar milhões de um banco, acaba indo parar numa prisão mexicana com as dimensões de uma pequena cidade. Será o cenário perfeito para jogar os criminosos e policiais corruptos uns contra os outros e fazer amizade com um garoto (Kevin Hernandez) que tem um dos rins prometido para o chefão local. Além de proteger o jovem e também a mãe deste (Dolores Heredia), sua missão principal será escapar do inferno de El Pueblito com a grana que havia roubado.

O cenário da prisão mexicana em Plano de Fuga é o típico pesadelo terceiro-mundista sob a ótica ianque, com seus barracos, montanhas de lixo e pessoas falando castelhano. Com o exagero, até lembra o ambiente pós-apocalíptico da série Mad Max e suas cópias italianas, acrescido da fotografia de cores fortes a la Tony Scott. Mesmo com os delírios presentes, trata-se de um ótimo veículo para Gibson – dirigido por Adrian Grunberg, seu assistente em Apocalypto – que a despeito das rugas a mais, continua com o carisma e a forte presença em alta. Pode não ser um produto de ponta, mas prova que Mel Gibson sozinho ainda vale mais que muitos mercenários reunidos.

Leandro Cesar Caraça

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