Ano VII

Yes

sexta-feira nov 25, 2011

Yes – Fly From Here (2011)

Após dez anos longe de um estúdio, a clássica banda de Chris Squire volta agora com um novo rebento, chamado curiosamente de Fly From Here. A maior mudança para a realização deste voo é a saída de Jon Anderson, o grande cantor dos melhores discos da banda.

Seu substituto é o novato Benoit David, com sua voz próxima demais para não nos deixar com saudades do original. Na produção, Trevor Horn. E nos teclados, Geoff Downes. Curioso reencontro da dupla que, antes de formar a bem sucedida banda new wave Buggles, participou de um disco seminal do Yes, o subestimado Drama (1980). Esse reencontro tem feito muita gente chamar Fly From Here de Drama 2, o que pode ser exagerado, mas não equivocado. Há semelhanças na busca por uma sonoridade diferente, mas os tempos são outros.

Fly From Here, curiosamente, tenta relembrar 1980. Tem dois lados distintos, como se fosse um vinil. O “lado A” é todo composto pela suite “Fly From Here”, que contém seis partes de symphonic rock atualizado para a sonoridade mais tecnológica de hoje. É um lado que deve agradar os fanáticos pelo Yes progressivo, que andou pisando na bola com discos de pouca inspiração depois das partes de estúdio dos dois Keys to Ascension (1996-97), e já havia falhado feio antes disso.

No que seria o lado B, cinco faixas mais comerciais, mostrando o lado acessível da produção de Horn. Cabe a essa produção fazer com que os dois lados se harmonizem bem, criando uma unidade de 47 minutos, menos do que cabe no CD, ainda bem (maldita a mania de encher o espaço com faixas burocráticas). Essa unidade faz com que canções pop como “The Man You Always Wanted Me to Be” encaixem bem com uma faixa que tende ao progressivo como “Life on a Film Set” (a mais fraca do disco), e com uma longa introdução de violão, “Solitaire”, composta por Steve Howe, que remete à sua clássica Mood For a Day”, do LP Fragile (1972) e prepara o encerramento com a animada “Into the Storm’ (a única que lembra, de leve, os Buggles).

Se está longe de ser um retorno à forma demonstrada em Drama, Fly From Here ao menos é bem superior a tudo de estúdio que eles fizeram depois de 90125, excetuando os já lembrados Keys to Ascension.

Sérgio Alpendre

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